DETECÇÃO PRECOCE DO CÂNCER DE PELE NÃO MELANOMA

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Diagnóstico

Detecção Precoce

A detecção precoce do câncer de pele não melanoma aumenta a chance de sucesso do tratamento.

O autoexame regular da pele permite a detecção precoce do câncer de pele. É importante conhecer o padrão de pintas, manchas, sardas, e outras marcas na pele para que você detecte novas pintas ou alterações nas já existentes.

Todas as áreas devem ser examinadas, incluindo palmas das mãos e plantas dos pés, couro cabeludo, orelhas, unhas e as costas.

Qualquer ferida que não cicatriza, nódulo, defeito ou alteração na forma de uma área da pele pode ser um sinal de câncer de pele. A área pode se tornar vermelha, inchada, escamosa, rígida ou com infiltração ou hemorragia. A pele pode coçar, formar um edema ou começar a doer.

Diagnóstico Médico

Os casos de câncer de pele são diagnosticados através de biópsias, que podem ser remoção cirúrgica toda, parcial, pequena amostra, ou superficial. O tecido removido então é enviado para exame anatomopatológico.

Se células cancerosas estão presentes, o patologista determinará o tipo de câncer de pele ao que corresponde.

É raro que o câncer de pele não melanoma se dissemine para outras partes do corpo, mas quando isso acontece geralmente o primeiro local são os gânglios linfáticos próximos. Se seu médico sentir ao exame físico que os linfonodos próximos ao tumor estão aumentando, ele solicitará uma biópsia do linfonodo para verificar se a doença se disseminou para eles.

Tratamento

O tratamento do câncer de pele não melanoma depende do tamanho e localização do tumor, se está disseminado e do estado geral do paciente.

As opções de tratamento incluem: cirurgia, terapia local, quimioterapia, radioterapia e terapia alvo.

Tratamento Cirúrgico

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O tratamento cirúrgico consiste na remoção cirúrgica com margens livres. Esses são alguns tipos:

Curetagem e Eletrodissecação – Este tratamento é comumente utilizado para carcinomas menores do que 1 cm de diâmetro.

Excisão Simples – A excisão simples é usada para remover os carcinomas, juntamente com uma margem de pele normal.

Cirurgia Micrográfica de Mohs – A cirurgia de Mohs tem a melhor taxa de cura. É especialmente útil no tratamento de tumores grandes; tumores com bordas não bem definidas; tumores em locais como, nariz, olhos, orelhas, testa, couro cabeludo, dedos e área genital; e, tumores recidivados.

Dissecção dos Gânglios Linfáticos – A remoção dos gânglios linfáticos regionais é recomendada para alguns carcinomas espinocelulares ou profundamente invasivos e nos casos em que os gânglios estão aumentados ou endurecidos.

Nos casos em que o tumor é grande, pode ser necessário fazer um enxerto com um retalho de pele para ajudar na cicatrização e recuperar a aparência estética da região.

Radioterapia

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A radioterapia é muitas vezes uma boa opção para o tratamento de pacientes mais velhos e para tumores localizados nas pálpebras, nariz ou orelhas, áreas que podem ser difíceis de tratar cirurgicamente.

A radioterapia pode ser realizada após a cirurgia (excisão simples ou dissecção de linfonodos) se todo o câncer não foi removido, ou se houver uma chance de recidiva.

Os efeitos colaterais da radioterapia dependem muito da região que é irradiada, podendo incluir irritação da pele, vermelhidão, perda de cabelo, fadiga, reações cutâneas, dor abdominal, náuseas, vômitos, diarréia, alterações do paladar e boca seca. A maioria dos efeitos colaterais da radioterapia desaparece com o término do tratamento.

Criocirurgia

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A criocirurgia é utilizada mais frequentemente para condições pré-cancerosas

Consiste no uso de nitrogênio líquido que é aplicado no tumor para congelar e matar as células anormais. Após o tratamento, o local apresenta bolhas e forma uma casca, levando algumas semanas para cicatrizar. A área da pele pode ficar descolorida após a terapia.

A criocirurgia pode ser usada para alguns carcinomas basocelulares e espinocelulares pequenos, mas não é recomendada para tumores maiores ou localizados em regiões, como nariz, orelhas, pálpebras, couro cabeludo ou pernas.

A criocirurgia também pode ser usada no tratamento de tumores grandes em sessão única para aliviar os sintomas da doença. Os efeitos colaterais podem incluir a drenagem de líquido no local por 4 a 6 semanas e cicatrização lenta.

Terapia Local

Fotodinâmica (Fototerapia)

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Este tratamento funciona por meio de uma reação fotoquímica, em que o laser atinge uma região da pele onde se encontra a lesão e é aplicado um corante específico. Essa combinação é absorvida pelas células cancerosas e pré-cancerosas, que as destrói seletivamente por meio de um processo de oxidação celular, preservando a pele normal.

A terapia fotodinâmica pode ser utilizada para tratar queratoses actínicas múltiplas, mas, é principalmente usada no tratamento do câncer de pele não melanoma.

Quimioterapia

A quimioterapia usa medicamentos que destroem as células cancerosas. A quimioterapia tópica significa que um medicamento anticâncer é aplicado diretamente sobre a pele, na forma de creme ou pomada, em vez de ser administrada por via oral ou injetada.

Como só é aplicado à pele, o medicamento não causa os mesmos efeitos colaterais que podem ocorrer com a quimioterapia sistêmica. Mas pode tornar a pele tratada vermelha e muito sensível por algumas semanas, o que pode ser bastante incômodo para alguns pacientes. Alguns medicamentos como o  fluorouracil também aumentam a sensibilidade da pele à luz solar, por este motivo a área tratada deve ser protegida por algumas semanas, para prevenir queimaduras solares.

A quimioterapia sistêmica é uma opção para pacientes com câncer espinocelulares disseminados para os gânglios linfáticos ou órgãos distantes. Em alguns casos, pode ser combinada com cirurgia ou radioterapia.

Muitas vezes podem retardar a disseminação da doença e aliviar alguns sintomas. Em alguns casos podem provocar a diminuição do tamanho do tumor de modo que outros tratamentos, como cirurgia ou radioterapia possam ser realizados.

Os efeitos colaterais da quimioterapia dependem do paciente, dos quimioterápicos utilizados, da dose administrada e do tempo de tratamento, e incluem: perda de cabelo, inflamações na boca, perda de apetite, náuseas e vômitos, diarréia, infecções, hematomas ou hemorragias, fadiga.

Os efeitos colaterais geralmente são de curto prazo e tendem a desaparecer com o término do tratamento.

Terapia Alvo

Em casos raros, onde o câncer basocelular se espalha para outras partes do corpo ou não podem ser curados com cirurgia ou radioterapia, a terapia alvo com vismodegib pode reduzir ou retardar o crescimento do câncer. Este medicamento é administrado diariamente, via oral.

Os efeitos colaterais dessa medicação podem incluir espasmos musculares, dor nas articulações, perda de cabelo, fadiga, problemas com o paladar, falta de apetite, perda de peso, náuseas, vômitos, diarréia, constipação e interrupção temporária do ciclo menstrual.

É importante que todas as opções de tratamento sejam discutidas com o médico, bem como seus possíveis efeitos colaterais, para ajudar a tomar a decisão que melhor se adapte às necessidades de cada paciente.

Renata Mattos
Graduada em Enfermagem pela Universidade Estadual Paulista - Júlio de Mesquita Filho (Unesp) desde 2006. Voluntária em projetos sociais de apoio ao paciente com câncer. Enfermeira-chefe do Instituto de Oncologia de Mogi das Cruzes-SP de 2009 a 2019. Atuou como docente de Enfermagem na Universidade de Mogi das Cruzes e hoje dedica-se a projetos pessoais no auxílio ao paciente com câncer e seus familiares com o auxílio de terapias holísticas e integrativas como aromaterapia e ayurveda.
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