PASSO A PASSO DA MAMOGRAFIA

MAMOGRAFIA

A mamografia é feita por um profissional em radiodiagnóstico. As imagens de raios-X são interpretadas por um médico radiologista, oncologista ou mastologista.

Você precisará retirar a roupa da cintura para cima e colocar um avental apropriado, além de ter que remover qualquer acessório que possa se sobrepor à mama e interferir na imagem radiográfica. Para fazer o exame, você ficará em pé e fará pelo menos duas imagens de uma mama, sendo uma de cada vez. A mama será comprimida firmemente entre duas placas planas a fim de espalhar o tecido mamário e reduzir a dose de radiação necessária para obtenção de uma imagem adequada. Todo o tecido mamário e a axila devem ser incluídos na análise.

A compressão causada pela mamografia pode causar certo desconforto à mulher, mas não deve machucá-la.

Mulheres que têm implantes mamários farão um maior número de incidências mamográficas, geralmente quatro em cada mama (ao invés de duas como na paciente sem implante). Duas delas devem incluir o tecido mamário e o implante, mas saiba que a mama será comprimida gentilmente para não causar danos. As outras incidências servem para analisar melhor o tecido mamário. Nestas, o implante será descolado em direção ao tórax, de forma a pegar o máximo de tecido mamário somente para ser comprimido.

As imagens, sejam em filmes ou enviadas eletronicamente para uma estação de trabalho, serão analisadas por um médico especialista. Em alguns casos, após a mamografia, pode ser que você seja solicitado a esperar alguns minutos, para o caso de a mamografia precisar ser refeita em um espectro mais ampliado – isso porque, nessa análise inicial, um técnico com treinamento para isso pode encontrar uma alteração suspeita, que necessita de ampliação para um estudo mais detalhado. Você também poderá ser chamada para retornar em um outro dia, caso o médico que está analisando seu exame necessite de algum complemento para tirar eventuais dúvidas. Isso não significa que você tem um câncer, mas que tudo está sendo feito para oferecer o melhor exame possível. Os resultados do exame levam de dois a sete dias para ficarem prontos, dependendo da rotina estabelecida por cada serviço.

CUIDADOS NO DIA DA MAMOGRAFIA

É comum no momento do exame as mulheres se queixarem de algum desconforto, que muitas vezes pode ser contornado com algumas dicas:
Evite agendar logo antes ou depois da menstruação

A mamografia deverá ser realizada preferencialmente durante a segunda e terceira semanas do ciclo menstrual – nesse período há menor densidade do tecido glandular das mamas, tornando o exame mais detalhado e com menor desconforto. Além disso, no período da menstruação ou nas semanas próximas, as mamas costumam estar mais sensíveis, devido às alterações hormonais, e o exame se torna mais desconfortável.

Vista duas peças de roupa separadas

Normalmente as mulheres devem tirar toda a parte superior da vestimenta. Então, o melhor é evitar peças únicas, como vestidos, ou roupas muito difíceis de retirar, contornando desconfortos dessa natureza. O ideal é usar uma camisa abotoada no dia do exame, pois esta pode ser facilmente retirada e vestida.

Posicione-se de forma confortável

Permita que a técnica te posicione corretamente, deixando o corpo relaxado e avise caso esteja se sentindo desconfortável. Lembrando que o posicionamento correto da mama é muito importante para obter-se um exame de boa qualidade e que cada imagem é adquirida rapidamente e, portanto você ficará nesta posição por apenas alguns segundos para o exame.

Notifique o médico sobre suas limitações

Deve ser comunicada qualquer limitação da paciente, como rigidez muscular, dificuldade para levantar os braços e outros problemas que poderão dificultar a posição correta no aparelho. Uma vez que o posicionamento e conforto da paciente são fundamentais para o sucesso do exame, qualquer restrição deve ser comunicada.

Avise ao técnico caso você apresente:

  • implantes mamários. A técnica utilizada nestes casos é diferente, sendo necessárias incidências mamográficas adicionais.
  • alteração na pele (presença de verrugas, cicatrizes cirúrgicas, queimaduras, alergias) ou caso já tenha feito uma biópsia de mama. Ter este conhecimento poderá ajudar o médico no diagnóstico correto das alterações.
  • Preocupação com uma área específica da sua mama. Mostre ao técnico para que esta possa ser analisada com mais atenção.
  • Limitação de movimento como rigidez muscular, dificuldade para levantar os braços e outros problemas que poderão dificultar o posicionamento correto da mama.
  • Sensibilidade ou alteração em alguma área da pele.
  • Gravidez ou suspeita de gravidez (é importante saber a data da última menstruação), pois a radiação pode afetar a formação do bebê. Caso haja indicação clínica para realização do exame, este deverá ser feito utilizando um protetor abdominal.

NÃO SE ESQUEÇA NO DIA DO EXAME

  • Caso tenha mamografia ou outro exame de mama realizados anteriormente, leve os resultados. Às vezes, devido à apresentação muito sutil de um câncer, o único modo de se detectar uma alteração é a comparação dos exames anteriores, no qual se analisa o aparecimento ou modificação de um achado já presente.
  • Não use desodorantes ou outros cosméticos na região da mama e axila, pois eles podem afetar os resultados.

DURAÇÃO DO EXAME

Cada incidência mamográfica dura apenas alguns segundos. Geralmente, os exames são agendados a cada 15 minutos de forma que haja tempo suficiente para troca de roupa e posicionamento do paciente, além da realização de todas as incidências mamográficas que forem necessárias.

RECOMENDAÇÕES PÓS EXAME

A mamografia pode ser desconfortável no momento do exame, mas raramente a dor persistirá. Dessa forma, você poderá prosseguir o seu dia normalmente após o exame.

PERIODICIDADE

  • Para pacientes assintomáticos, da população geral, recomenda que se inicie a partir dos 40 anos e depois anualmente.
  • Pessoas com risco aumentado para câncer de mama poderão iniciar antes dessa idade, sendo que, nestes casos, devem seguir a orientação médica apropriada.
  • Pacientes que apresentam alguma alteração caracterizada pelos achados de imagem como provavelmente benignas fazem um controle a cada seis meses no primeiro ano e depois anual por dois anos, caso não haja alteração.

RESULTADOS DA MAMOGRAFIA

A mamografia pode ser normal, ter achados francamente benignos, achados provavelmente benignos ou suspeitos. Cada paciente tem um tipo de mama, e a dificuldade na detecção de lesões é resultante em parte da composição de cada mama.

Mamas mais gordurosas e com menor quantidade de tecido fibroglandular aparecem mais escuras na mamografia. O tecido fibroglandular na mamografia é relativamente mais branco (denso) do que a gordura. Portanto, quanto mais tecido fibroglandular a mulher tiver, mais densa será sua mama à mamografia e maior será a dificuldade na detecção de eventual câncer. Isto ocorre porque essas lesões têm densidade semelhante à da glândula, podendo ser encobertas por ela.

Mulheres com implantes mamários também têm seu exame parcialmente prejudicado, pois o implante, sendo mais denso que o tecido mamário, poderá encobrí-lo e impedir a detecção de lesões.

O laudo mamográfico segue a classificação e recomendação do BI-RADS, do Colégio Americano de Radiologia (ACR), que é mundial. Isso permite que um resultado de exame, feito em um determinado país, seja entendido em qualquer outra parte do mundo. A classificação varia de 0 a 6 como é visto no quadro abaixo:

BIRADS

RESULTADOS NORMAIS E BENIGNOS

Se for um exame completamente normal não vai ter nenhum achado adicional. Nos resultados categorizados como BI-RADS 2, são encontrados achados que com certeza são benignos e sem qualquer risco de malignidade.

RESULTADOS ANORMAIS

mamografia_lupa

Os resultados provavelmente benignos (BI-RADS 3) e aqueles suspeitos (BI-RADS 4 ou 5) geralmente aparecem na mamografia na forma de microcalcificações ou nódulos. As alterações são classificadas seguindo critérios estabelecidos no BI-RADS, o que gera uma conduta específica para cada caso.

As lesões provavelmente benignas, com mínima chance de malignidade, requerem um acompanhamento em curto prazo, o que não interferirá no prognóstico.

Ter um achado suspeito não significa tratar-se de um câncer. Indica que uma biópsia será necessária para analisar o tecido, que será analisado por um patologista que definirá a natureza da lesão. Ainda, dentro da classificação BI-RADS, o zero indicará a necessidade de um exame complementar, que poderá ser novas incidências de mamografia, ultrassonografia ou ressonância magnética.

Se confirmado, o nódulo é submetido a um ultrassom direcionado, para classificar a lesão e dar uma conduta ao achado, se ele é benigno, maligno ou precisará ser controlado. Quando a lesão é suspeita ou muito suspeita, é realizada a biópsia do tecido. As incidências serão analisadas mais detalhadamente, com uma lupa no caso da chapa física ou por uma ampliação digital, caso o resultado esteja em um computador.

No caso do homem com suspeita de ginecomastia, o exame irá avaliar a presença do crescimento de glândulas mamárias.

 

Agora você já sabe o passo a passo da mamografia e o quão importante é esse exame na detecção precoce do câncer de mama.

Cuide das suas mamas! Cuide da sua saúde!

 

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Renata Mattos
Graduada em Enfermagem pela Universidade Estadual Paulista - Júlio de Mesquita Filho (Unesp) desde 2006. Voluntária em projetos sociais de apoio ao paciente com câncer. Enfermeira-chefe do Instituto de Oncologia de Mogi das Cruzes-SP de 2009 a 2019. Atuou como docente de Enfermagem na Universidade de Mogi das Cruzes e hoje dedica-se a projetos pessoais no auxílio ao paciente com câncer e seus familiares com o auxílio de terapias holísticas e integrativas como aromaterapia e ayurveda.
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