O PAPEL DO NUTRÓLOGO NO TRATAMENTO ONCOLÓGICO

nutrologia

 

Conheça o papel do nutrólogo no tratamento oncológico e como esse profissional auxilia na diminuição do risco nutricional.

O tratamento oncológico envolve diversas áreas médicas, e a abordagem multidisciplinar garante ao paciente o cuidado completo e o acompanhamento de todos os aspectos de sua saúde. Uma dessas especialidades é a nutrologia.

O médico nutrólogo, em conjunto com outros profissionais, como nutricionistas e enfermeiros, avalia o paciente para determinar se este é de risco nutricional ou não. E, em conjunto com o nutricionista, estabelece por meio de avaliação clínica e antropometria a necessidade calórica e proteica diária.

Dependendo da causa e das condições do paciente, o tratamento oncológico seja ele cirúrgico, quimioterápico ou radioterápico, faz com que o paciente passe por uma situação de sofrimento e de sensibilidade ainda maior.

Assim, a nutrição adequada permite que o paciente se mantenha em condições físicas boas e que são determinantes da boa evolução do caso.

E qual seria o cardápio indicado para quem está passando por tratamento?

O cardápio indicado para quem está passando por tratamento não é específico, mas algumas recomendações podem ser feitas, como considerar que quem trata de câncer deve suspender qualquer regime de restrição voluntário, pois a doença é suficiente para induzir o emagrecimento patológico do indivíduo e este deve preservar energias, apetite e peso para momentos de dificuldade que possam advir no decorrer do tratamento.

  • Estabelecer uma meta quanto à quantidade de calorias e proteínas que devem ser ingeridas por dia e tentar viabilizar tal objetivo, em média entre 1.600 a 2.400 calorias e 60 a 150gramas de proteínas por dia.
  • Utilizar as 24horas do dia para momentos de refeições. Quem está doente não deve comer somente três refeições por dia, a recomendação: comer menos em cada refeição e aumentar o número de refeições, ou seja, fracionar a dieta, chegando a seis ou até oito refeições por dia. Para isso, faz-se necessário começar bem cedo (antes das 7h da manhã) e encerrar as refeições o mais tarde possível (próximo das 23hs). A consequência pode ser acordar de madrugada e comer.
  • Nunca permanecer mais do que três horas sem alimentação, nem que receba uma gelatina, um ovo, um biscoito ou um suplemento nutricional.
  • Quando viajar, lembrar que podem ocorrer grandes congestionamentos e, assim, garantir fornecimento de água e pequenos alimentos ou frutas para cobrir grandes intervalos sem refeições.
  • Caso não tenha problemas cardíacos ou dislipidêmicos (aumento de gordura no sangue), abuse dos ovos cozidos. Tente inserir no seu cardápio todos os dias pelo menos um ou dois ovos.

Após o término da quimioterapia, por exemplo, quais alimentos minimizam os efeitos colaterais?

  • A quimioterapia resulta em vários problemas, desde irritações nas mucosas até períodos de náuseas. O que se recomenda é: fracionar as refeições, comendo menos e mais vezes.
  • Utilizar de medicamentos antiácidos e antieméticos (medicamentos para aliviar sintomas causadores de enjoo, vômito e náusea) com prescrição médica para viabilizar a continuidade das refeições, que, do contrário, podem ser simplesmente preteridas devido à possibilidade de sofrimento.
  • Não usar alimentos ou sucos ácidos.
  • Não usar alimentos com muito condimento e com muito sal.
  • Preferir alimentos frios ou gelados a alimentos quentes ou mornos por questão de tolerância.
  • Desistir de alimentos que possam machucar a boca, como casca de pão, ossos de frango, pipocas e alimentos muito quentes.

Uma dieta nutritiva é sempre vital para que o organismo funcione melhor.

Mais dúvidas sobre alimentação durante o tratamento? Deixe sua pergunta na área de comentários abaixo.

 

 

Renata Mattos
Graduada em Enfermagem pela Universidade Estadual Paulista - Júlio de Mesquita Filho (Unesp) desde 2006. Voluntária em projetos sociais de apoio ao paciente com câncer. Enfermeira-chefe do Instituto de Oncologia de Mogi das Cruzes-SP de 2009 a 2019. Atuou como docente de Enfermagem na Universidade de Mogi das Cruzes e hoje dedica-se a projetos pessoais no auxílio ao paciente com câncer e seus familiares com o auxílio de terapias holísticas e integrativas como aromaterapia e ayurveda.
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